sexta-feira, 14 de maio de 2010
Passado o momento solene que marca o início dos 7 dias sem noite, larga-se o peso da capa e dá-se lugar à leveza da poeira. O chão do recinto é invadido pelos mesmos milhares que antes encheram o largo da Sé. Pluralidade. O recinto adapta-se a todos os gostos. O palco principal, o secundário e as tendas com vários tipos de batida conseguem satisfazer os desejos musicais de cada um. Pluralidade acima de tudo. O menos importante é o curso que se frequenta. No parque a festa é de todos, afinal, estamos prestes a ser convidados a actuar no maior palco de sempre: a vida. A poeira é levantada vezes sem conta, como se os nossos pés ganhassem vida própria e se quisessem eternizar no lugar.
Dos pés para as mãos e das mãos para a boca. O recinto também oferece comida. Presos às barraquinhas, os estudantes acumulam-se em filas de vontade: vontade de mais pão, de mais cerveja, de mais doces, de mais carne. Mais, sempre mais! Menos é dizer adeus antes do tempo.
Há sempre quem não saiba parar. A vontade de querer mais pode ultrapassar a capacidade do corpo. Na Queima das Fitas, o INEM não deseja que alguém saia queimado. Uma noite no hospital é o caminho certo para aqueles que fazem descarrilar o comboio da sobriedade. O comboio, o verdadeiro, vem cheio de pessoas de outras paragens, que esperam aproveitar a continuação do dia de Coimbra. Esses, os de fora, não o querem dizer, mas sabem que aqui o som toca mais alto e o espírito é mais forte.
Os pais, nesta altura, fazem um esforço suplementar: suportam as viagens, os excessos, os bilhetes e a poeira. Tudo pelo orgulho que sentem em ver os seus vestir a pesada capa. Mais orgulho sentem ainda os que vêem o desfraldar das fitas. Essas mesmas fitas assumem papel de destaque no nome da festa. Dentro da pasta, negra como a capa, figuram pedaços de tecido de várias cores, assinados por quem mais importa. Serão, mais tarde, engolidas pelo fogo, no desejo de início de uma nova etapa. Para avançar é necessário deixar para trás o melhor dos passados. Queimá-lo, aliás. Por que os momentos passam, mas as saudades ficam.”
Excerto da Reportagem de Rádio sobre a Queima das Fitas 2010
S.R. <3
Eu lembro-me de rir.
Eu lembro-me das surpresas.
Lembro-me de irritações, intromissões e opiniões.
Eu lembro-me dos olhares, lembro-me dos jantares, lembro-me dos pensamentos, dos momentos especiais.
Eu lembro-me dos melhores dias da minha vida, das novas conquistas, dos novos conhecimentos.
Eu lembro-me dos teus olhos, da tua boca, das tuas mãos.
Eu lembro-me de sentir a tua alma por entre os dedos.
Lembro-me dos meus medos, dos meus desejos, das minhas vontades.
Eu lembro-me das tuas palavras, das conversas parvas, do teu perfume e da tua voz.
E tu? Estás lembrado?
Um ano passado e o meu sorrido permanece rasgado.
Eu lembro-me de ser feliz. Eu sou feliz contigo.
Agora, 1 ano depois, dois, três, quatro... Ninguém apaga o nosso passado.
Nós construímos juntos o futuro.
Queres lembrar-te?
Amo-te para sempre <3
1 ano <3
1.05.09
S.R. <3