sábado, 19 de julho de 2008

Sem Título


É errado escrever sobre o Amor. É errado escrever sobre os sentimentos. É errado escrever sobre as atitudes humanas. Porquê? Por que, ao escrever, estamos a definir algo que é impossível de descodificar. O grande mistério da Humanidade é e será sempre ela própria. Nunca conseguiremos prever com exactidão aquilo que vamos sentir no presente e no futuro.

Ou conseguiremos?

Quando pensamos em todas as evoluções científico-tecnológicas podemos assustar-nos com o poder do conhecimento. Há que reflectir sobre os limites da Ciência. Não é nem nunca poderá ser aceitável manipular o nosso interior. No entanto, é natural que cada vez mais queiramos eliminar o que nos faz sofrer, como por exemplo os desgostos amorosos ou as traições entre amigos e família. Mesmo assim, devemos ter consciência de que o adulterar da nossa alma será o nosso fim.

A vida é dolorosa. Quantas vezes já não quiseste tu, sim tu! Tu que estás a ler! Quantas vezes já não quiseste " bater com a porta? "Largar tudo e fugir para o local mais distante em pensamento? Quantas vezes já não pensaste em deixar tudo para trás? Quantas vezes já pensaste que não valia a pena? E tudo por Amor...

O Amor é demasiado ambíguo: ao mesmo tempo que representa o sentimento que mais nos faz sofrer neste Mundo, é também aquele que procuramos a cada instante. Sem ele não éramos nada, por isso é que queremos desaparecer quando ele foge de nós com a mesma rapidez com que, antes, nos envolveu no seu universo de certeza, miragem e sonho.

Certeza = amor presente;

Miragem = amor eterno;

...e depois o Sonho, esse fruto semeado em terra de ilusões, que pode ser colhido por qualquer mão, de qualquer cor ou tamanho, tal como qualquer coração pode amar. O Homem é um ser egoísta: conquista o sucesso, vive-o, mas não o quer, muitas vezes, partilhar. Sobre este chão de ódios e ambições continuamos todos a ter vontade de sonhar, e é essa vontade que nos faz acreditar na possibilidade do amor.

Contudo, nem sempre os nossos desejos são ordens dentro do Cosmos. Necessitamos de sofrer. Necessitamos de cair e rastejar. Necessitamos de estar sozinhos. Necessitamos do "fundo do poço." Eis o que o Amor faz por nós: deixa-nos de rastos para que aprendamos a levantar-nos. Na vida cai-se tantas vezes! Não tenhas medo de o fazer. Concentra as tuas forças em ergueres-te de novo, mais forte do que nunca. O importante não é quantas vezes cais, mas sim como te levantas.

Cai. Levanta-te. Luta.

Penso que agora podemos reformular o primeiro parágrafo deste texto. Talvez não seja errado escrever sobre o Amor, sobre os nossos sentimentos e atitudes. Errado seria rotulá-los e enquadrá-los restrita e especificamente em determinadas situações. Sente o que quiseres a qualquer altura. Sim, é verdade que, sentindo ao máximo, podes cair. Se ainda assim estás disposto a arriscar, os meus sinceros parabéns! Apresento-te a Vida.



Reflexões...

=)

Julho / 08

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